O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira
(24), que a prisão de seu amigo José Carlos Bumlai só comprova que ele é
o alvo político de responsáveis pela Operação Lava Jato.
"Ele sabe o que querem com isso", admitiu o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Okamotto diz que "não há como negar que Bumlai tinha intimidade com o ex-presidente".
"Ele participava de festas, fez visitas ao instituto. Mas não sei se era
amigo [de Lula]. O que é ser amigo na sua opinião?", argumenta
Okamotto, dizendo que Lula não avalia a prisão como "um cerco", mas como
uma "chateação".
Ainda segundo aliados com quem o ex-presidente conversou, Lula reclama
do que, na sua opinião, seria uma condução "espetaculosa" da
investigação e "sabe que querem atingi-lo politicamente". Suas críticas
são também ao juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato.
Mais dois colaboradores usaram a expressão "chateado" para descrever o
estado de espírito do ex-presidente. Segundo seus aliados, Lula avalia
que o "estrago" à sua imagem será irreversível, ainda que as
investigações concluam sem apresentar qualquer prova de sua participação
em desvios.
"É como as operações da polícia no Rio de Janeiro. Fazem cem vítimas
para atingir um criminoso. Será esse o método correto?", pergunta
Okamotto.
SEM AVAL
De acordo com relato de aliados, Lula voltou a reclamar de Bumlai e
temrepetido : "Se ele fez alguma coisa, não foi com meu aval".
Embora reconheça que o amigo possa ter se valido dessa intimidade em
benefício próprio, Lula se queixou da forma com que a prisão foi
executada, sempre com exposição na imprensa.
Nas suas conversas, ele cita outros exemplos do que seriam exageros,
como uma busca e apreensão na casa de seu filho, Luiz Cláudio, às 23h.
Integrantes da direção do Instituto Lula afirmam que, seguindo
orientação de Lula, preferem acompanhar os desdobramentos do caso antes
de se manifestar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário