O presidente do PRB, Ronaldo Martins, diz que o partido quer, até
a metade de 2015, ter comissões provisórias em todos os municípios
FOTO: FERNANDA SIEBRA
Com o fim das eleições gerais, a maioria do partidos no Ceará já tem
estipulado metas para fortalecer as legenda nos municípios do Interior,
visando ao pleito de 2016. As agremiações querem ampliar o número de
diretórios nos colégios eleitorais e investir em nomes que possam atrair
quantidade significativa de votos para assegurar prefeituras.
Para algumas siglas, as preparações para 2016 serão fundamentais para
recuperar perdas sofridas desde a última eleição municipal. A ida do
governador Cid Gomes para o PROS, ainda em 2013, levando consigo um
grande número de aliados, e as frequentes decisões judiciais contra
gestores municipais alteraram o mapa partidário das prefeituras no
Interior.
Se algumas agremiações, na disputa em 2012, estavam entre as legendas
com maior número de prefeitos, o desenho do Ceará em 2014 revelou que
estas siglas precisam se reinventar para tentar recuperar nas próximas
eleições municipais pelo menos parte da quantidade de prefeituras
conquistadas no último pleito.
Na eleição de 2012, quando Cid Gomes ainda fazia parte do PSB, a
legenda terminou com o maior número de prefeituras, chegando a eleger 39
prefeitos, incluindo Roberto Cláudio em Fortaleza. Em 2013, todos
acompanharam o governador e seguiram para o PROS, mas a agremiação
recém-criada ainda provocou baixas em outros dez partidos com a saída de
gestores.
O PSDB foi uma das legendas que mais perderam prefeitos desde a última
eleição. Em 2012, o partido garantiu 13 prefeituras. Atualmente, a sigla
conta apenas com seis prefeitos, alocados nos municípios de Aracoiaba,
Horizonte, Jaguaribara, Senador Sá, Tururu e Trairi. Quanto ao outros,
seis ex-tucanos deixaram a agremiação para se filiar ao PROS, além do
ex-prefeito de Abaiara, Chico Sampaio, que deixou o cargo por decisão
judicial.
A situação levou o PSDB no Ceará, admite o presidente da legenda, Luiz
Pontes, a buscar formas de tentar retomar a força do partido no
Interior. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o tucano revelou as ações
para a atração de novos filiados que garantam reforço aos diretórios
municipais e comissões provisórias.
O PRB foi outro que sofreu com a debandada de prefeitos. A situação
quase levou a legenda a deixar de apoiar a candidatura de Camilo Santana
por retaliação ao governador Cid Gomes e ao movimento do PROS que
atraiu os gestores para a nova sigla. Em 2012, foram eleitos 16 gestores
pelo PRB, mas só seis permaneceram, os prefeitos de Alto Santo, Cariré,
Granjeiro, Iguatu, Quixadá e Russas.
Na lista dos prefeitos que o PRB perdeu, oito deixaram a legenda para
se filiar ao PROS, enquanto o prefeito de Solonópole, Webston Pinheiro,
seguiu para o Solidariedade. O partido chegou a ter a Prefeitura de
Meruoca, com Herika Rodrigues à frente, mas uma eleição suplementar teve
que ser convocada pelo fato de os votos nulos terem superado os
sufrágios conquistados pela prefeita eleita. Após o novo pleito, o
petista Manuel Costa Gomes assumiu o cargo.
Desrespeitada
A debandada dos prefeitos para o PROS irritou o PRB, levando o
presidente da sigla e deputado federal eleito, Ronaldo Martins, a
afirmar que a legenda foi desrespeitada. Na definição das coligação, o
caso foi esquecido diante da necessidade de fazer parte de uma coligação
que permitisse a eleição para a Câmara Federal.
Ronaldo Martins revelou que o partido já tem se articulado para tentar,
em 2016, recuperar o número de prefeituras que conquistou em 2012.
Neste ano, a direção estadual dissolveu as comissões provisórias em
cerca de 100 municípios sob a justificativa de que elas não estariam
interessadas em fortalecer nomes para a próxima disputa. "Estamos
refazendo e a gente pretende até a metade de 2015 estar pelo menos com
comissões provisórias em todos os municípios", disse.
Também perderam prefeituras, principalmente devido às saídas de
gestores para o PROS, PSD, PMDB, PR, PSDC, PDT, PHS, PPL e PP. Criado à
época do PROS, o Solidariedade não conseguiu atrair a mesma quantidade
de prefeitos, garantindo apenas o gestor de Solonópole, que deixou o PRB
para se filiar ao novo grêmio. "Estamos preparando o partido com mais
calma para eleição de 2016 (...) Nossa meta é eleger perto de 20
prefeitos", alega o presidente da sigla, deputado Genecias Noronha.
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