O governo já admite reservadamente que vai ceder às centrais sindicais e
rever parte das mudanças nas regras do seguro-desemprego que
endureceram o acesso ao benefício trabalhista.
Segundo a Folha apurou, a equipe da presidente Dilma chegou à conclusão
de que, sem alterações, a medida provisória que restringiu o benefício
não será aprovada no Congresso Nacional.
Assessores presidenciais disseram à reportagem que, diante da reação
contrária de lideranças sindicais, a estratégia era fazer concessões
durante a fase de tramitação da proposta no Legislativo.
Agora, após declarações do ministro Joaquim Levy (Fazenda) avaliadas
pelo Palácio do Planalto como infelizes, a equipe de Dilma acredita que
pode ser obrigada a sinalizar mais concretamente o que irá mudar na
próxima reunião com as centrais sindicais, em 3 de fevereiro.
Na semana passada, em Davos (Suíça), Levy chamou de "ultrapassado" o
modelo do seguro-desemprego, o que irritou sindicalistas e até
assessores de Dilma.
Seu colega Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) divulgou
nota no sábado (24) classificando o seguro-desemprego como "cláusula
pétrea" dos direitos dos trabalhadores.
O próprio Levy reconheceu internamente no governo que não foi feliz em
suas declarações. Ele defende mudanças no sistema, mas sem retirar
direitos trabalhistas.
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