A Secretaria de Saúde do Ceará divulgou
nota nesta quinta-feira (17) confirmando um caso de febre chikungunya no
estado. O caso ocorreu na cidade de Brejo Santo, em paciente de 25
anos, residente do estado de Pernambuco.
Segundo a Secretaria da Saúde, o
paciente com a febre chikungunya viajou em junho para República
Dominicana, onde provavelmente contraiu a doença, e retornou ao Brasil
em 1º de julho, e no mesmo dia viajou a Brejo Santa para visitar
familiares.
Ainda conforma a secretaria, em 3 de
junho o médico que atendeu o paciente suspeitou de chikungunya e
determinou o isolamento por dez dias, para evitar a transmissão. A
Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado
realizaram os procedimentos de investigação epidemiológica e controle
vetorial para evitar a disseminação da doença. O paciente já se
recuperou e, na quarta-feira, 16 de julho, retornou ao Recife, onde
mora.
Entenda a doençaA infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.
Em compensação, comparado com a dengue, o
novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é
associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como
causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Este ano, já houve 20 casos da infecção
notificados no Brasil desde maio, de acordo com o Ministério da Saúde.
Mas, até o momento, todos são importados.
Como as pessoas pegam o vírus?
Por ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Por ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O risco aumenta, portanto, em épocas de
calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles também
picam principalmente durante o dia. A principal diferença de transmissão
em relação à dengue é que o Aedes albopictus também pode ser encontrado
em áreas rurais, não apenas em cidades.
Onde o vírus está circulando?
De acordo a OMS, o vírus já vinha circulando nos últimos anos pela África e pela Ásia, principalmente no subcontinente indiano. Mais recentemente, foram identificados casos na Europa. Em dezembro do ano passado, a doença chegou ao Caribe – a primeira ocorrência de surto nas Américas. Até o momento, não existe registro de nenhum caso transmitido dentro do Brasil.
De acordo a OMS, o vírus já vinha circulando nos últimos anos pela África e pela Ásia, principalmente no subcontinente indiano. Mais recentemente, foram identificados casos na Europa. Em dezembro do ano passado, a doença chegou ao Caribe – a primeira ocorrência de surto nas Américas. Até o momento, não existe registro de nenhum caso transmitido dentro do Brasil.
O chikungunya tem subtipos diferentes, como a dengue?
Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.
Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.
Quais são os sintomas?
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Em média, os sintomas duram entre 10 e
15 dias, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, porém, as dores
articulares podem permanecer por meses e até anos. De acordo com a OMS,
complicações graves são incomuns. Em casos mais raros, há relatos de
complicações cardíacas e neurológicas, principalmente em pacientes
idosos. Com frequência, os sintomas são tão brandos que a infecção não
chega a ser identificada, ou é erroneamente diagnosticada como dengue.
Segundo o secretário de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, é importante observar que o
chikungunya é “muito menos severo que a dengue, em termos de produzir
casos graves e hospitalização”.
Tem tratamento?
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.
De acordo com Tauil, da SBI, os serviços
de saúde brasileiros já estão preparados para identificar a doença.
“Provavelmente quem vai receber esses casos são reumatologistas. Já
escrevemos artigos voltados para esses profissionais, orientando-os a
ficar atentos a pessoas provenientes de áreas em que há transmissão”,
diz o infectologista. Pessoas que apresentarem os sintomas citados e
estiverem voltando de áreas onde existe a transmissão do vírus, como o
Caribe, devem comunicar o médico.
Apesar de haver poucos riscos de formas
hemorrágicas da infecção por chikungunya, recomenda-se evitar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) nos primeiros
dias de sintomas, antes da obtenção do diagnóstico definitivo.
G1/Ce
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