Lutar contra o crime diariamente, correr contra o tempo, salvar
vidas. Este é o cenário de vida de tantas mulheres no Ceará, que dividem
as atividades profissionais com os deveres maternos e domésticos.
A
policial Emanuele Alves tem 28 anos e já entendeu o recado do adágio
heróico de que 'com grandes poderes vem grandes responsabilidades'. Ela é
mãe de uma menina de apenas quatro anos e se reveza com a profissão de
agente do programa Ronda do Quarteirão. E nas horas vagas, é estudante
universitária. Tudo isso, sem um marido para lhe apoiar. Sua força vem,
iconicamente, da própria mãe.
"É difícil a definição do que é ser mãe. Pra mim, não é uma coisa
racional, é uma coisa de instinto", afirmou em um vídeo feito pela
assessoria da corporação militar, que homenageia as mães. "É muito
difícil ser mãe e policial. As duas coisas exigem muito da gente, temos
de dividir o tempo", comentou. Também universitária, a policial tem de
encontrar tempo para frenquentar as aulas e estudar as matérias.
Além disso, tem de pensar na filha. E a prova viva de sua influência
está nos pensamentos da garotinha, que apesar de ainda não entender
muito do mundo, já pensa em salvá-lo. "Ela já disse que quer ser médica.
Mas também já me disse que queria ser policial", lembrou, orgulhosa.
Corrida contra o tempo
Uma
fração de segundos pode definir o futuro de uma vítima que sofre, e é
para isso que alguém tem de superar os seus limites e correr para ajudar
o próximo.
Esta pessoa é Carla Cristina, 41, única mulher a
dirigir uma ambulância do SAMU, no Ceará. "Não me considero uma heroína,
mas acho que todos que trabalham nessa área tem a possibilidade de
mudar a realidade, tentar amenizar o sofrimento da sociedade", afirmou a
mulher, que ainda é mãe de uma moça de 17 anos e um menino de 12 anos.
"Em minhas mãos, tenho a possibilidade de diminuir o sofrimento de
uma família, sem olhar a quem", disse. Carla é viúva. Tem de conciliar
sua profissão com as funções de mãe e pai, dentro de casa. "Tenho uma
relação de amizade, de cumplicidade com meus filhos. Eles sabem que a
profissão da mãe deles é diferente, e pensam até que é uma aventura",
afirmou.
Para ela, as mães têm a responsabilidade de
transformar a sociedade. "Quero parabenizar aquelas que tomam para si
essa força de transformar a humanidade.
Está nas nossas mãos a
capacidade de criar pessoas melhores", finaliza, remetendo a todas
aquelas que também se viram em várias para conciliar as
responsabilidades do dia-a-dia.
Mãos que salvam
De
nada adianta chegar ao local de uma ocorrência se as mãos não forem
habilidosas o suficiente para salvar vidas. E é aí que entra a figura da
auxiliar de enfermagem Márcia Belo, 35, dos quais 15 são dedicados a
essa missão.
Márcia tem três filhos: duas meninas, uma de 12 e
outra de 10 anos, e um garoto, de 6 anos de idade. Sem modéstia, ela se
considera sim uma heroína. "Me considero uma heroína por conseguir
lidar com todas as situações de mãe, mulher e profissional", afirma. E
os filhos, também a veem dessa forma. "Sinto uma compreensão muito
grande da parte deles. Temos uma relação muito boa. Estou sempre
trabalhando, mas nos momentos de folga, sempre me dedico a eles",
explica.
A inspiração de vida vem da mãe. "Minha mãe é tudo pra
mim. Uma pessoa trabalhadora, batalhadora. Me insipiro nela e foi com
ela que aprendi a ser heroína. Que todas as mães se dediquem ao máximo
aos seus filhos. Com certeza, a recompensa virá", finaliza Márcia.
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