terça-feira, 29 de março de 2016

PMDB do Ceará antecipa ruptura com o governo



FOTO: BRUNO GOMES
Os peemedebistas do Ceará apoiam, hoje, em Brasília, no encontro do diretório nacional do PMDB, a saída da legenda da base de apoio do Governo Dilma Rousseff. Os cargos do partido, dentre eles as presidências do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e da Companhia Docas, já estão à disposição do Governo Federal, conforme informou o presidente da legenda no Estado, senador Eunício Oliveira. Em 2014, então candidato ao Governo do Estado, Eunício Oliveira disputou não somente eleição com o petista Camilo Santana, mas a presença da presidente Dilma Rousseff no seu palanque, o que não se concretizou.

Eunício Oliveira afirmou que a tendência do partido é desembarcar do Governo. Segundo ele, sua relação com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula se manterá cordial, salientando que a decisão a ser tomada é partidária. Ele ressaltou que está "pouco preocupado" com questões sobre cargos políticos, destacando também que suas indicações, tanto para o Banco do Nordeste quanto para a Companhia Docas, estão à disposição do Governo.
O senador afirmou ainda que em 2014 apoiou a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, mas não teve a contrapartida do Governo. "Isso não quer dizer nada, porque vim para cá e ajudei muito a esse Governo. Só que chega uma hora que os fatos se sobrepõem a nós todos", destacou.
Constrangimento
Eunício salientou que jamais tomaria posição contrária a seu partido. "Vou seguir o sentimento majoritário. Há um certo constrangimento, porque tem uma divisão. Alguns estados estão divididos, e essa posição poderá sair por aclamação", disse, acrescentando que algumas lideranças podem não ir ao evento.
Ele destacou que a situação é complicada para os ministros do PMDB no Governo Dilma e defendeu que elas tenham suas posições respeitadas. "Obviamente, por questões de coerência, estou colocando as minhas posições (cargos) à disposição do Governo. Também acho que os ministros, se essa for a decisão do diretório, devem, obviamente, colocar os cargos à disposição".
Para o secretário-geral do PMDB, João Melo, esse afastamento se deve ao agravamento dos cenários econômico, político e social. Ele lembrou que a maioria dos diretórios estaduais apoia o rompimento com o Governo Dilma Rousseff, mas lembra que é necessário convencer os que têm ministérios e cargos a deixarem tais pastas.
Os 119 peemedebistas com direito a voto (sete cearenses) receberam telegramas convocando-os ao evento de Brasília.
O suplente de deputado federal Mauro Benevides afirmou que, nos mais de 50 anos de carreira política, enfrentou problemas de natureza assemelhada e ressaltou que o momento é "extremamente delicado" para o Governo. "O PMDB nunca teve participação tão significativa no Governo, o último, inclusive, tomou posse recentemente na Anac. Pode ser que o partido queira sair agora, mas está muito próximo do Governo", disse.

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