Em votação secreta, a Câmara dos Deputados elegeu nesta terça-feira (8),
por 272 votos, a chapa alternativa integrada por deputados de oposição e
dissidentes da base governista para a comissão especial do processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sessão que definiu os nomes
dos deputados responsáveis por analisar o pedido de afastamento da chefe
do Executivo foi marcada por tumultos no plenário.
Deputados governistas inconformados com o fato de Cunha ter determinado
votação secreta e ter autorizado a candidatura de uma chapa avulsa
tentaram impedir a eleição. Eles chegaram a quebrar parte das urnas
eletrônicas instaladas no plenário para a votação.
A chapa vencedora, batizada de "Unindo o Brasil", foi protocolada por
parlamentares oposicionistas e dissidentes da base governista na tarde
desta terça com a adesão de 39 deputados de PSDB, SD, DEM, PPS, PSC,
PMDB, PHS, PP, PTB, PEN, PMB, PSB e PSD.
Ao final da votação, os deputados oposicionistas que derrotaram o
governo comemoraram no plenário. Depois, cantaram o Hino Nacional
erguendo uma bandeira do Brasil.
Ao todo, a comissão especial será formada por 65 parlamentares titulares
e o mesmo número de suplentes. Os partidos que não tiveram indicações
na chapa vencedora serão convocados a apresentar as indicações para
completar as vagas.
Uma sessão extraordinária da Câmara havia sido marcada para a noite
desta segunda (7) para eleger a comissão que irá analisar o processo,
mas foi adiada em razão do impasse dentro das bancadas para definir os
representantes e, principalmente, por conta da insatisfação de uma ala
do PMDB com os nomes definidos pelo líder da sigla, deputado Leonardo
Picciani (RJ).
Na semana passada, os líderes partidários haviam entrado em acordo para
não permitir candidaturas avulsas. No entanto, nesta segunda-feira,
deputados da oposição e dissidentes do PMDB reivindicaram a
possibilidade de lançar chapa avulsa.
O objetivo da chapa alternativa é compor um grupo com deputados do PMDB
que são críticos ao governo Dilma, já que o líder da bancada na Câmara,
Leonardo Picciani (RJ), deve apresentar apenas nomes mais em sintonia
com o Palácio do Planalto.
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