quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Safra no CE deve ser 78% menor


Faltando um mês para o fim do ano, as perspectivas são de frustração em relação a safra agrícola cearense. Com o fim do período de chuvas nesse segundo semestre e com os reservatórios do Estado em situação crítica,
contendo apenas 14,81% do seu volume hídrico total, a previsão é de perdas expressivas para produção de grãos e também para as frutas irrigadas.
Em relação à safra de grãos, a supervisora do levantamento informa que "merecem destaque as perdas do arroz irrigado e a redução da área de plantio do feijão-de-corda" ( Foto: Honorio Barbosa 
De acordo com a décima edição do ano do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado pelo Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA-CE), do IBGE, para o ano de 2015, tendo por base o período de 16 de setembro a 15 de outubro de 2015, a safra cearense de grãos apresenta uma quebra de 78,06% em comparação a primeira estimativa do ano, realizada em janeiro.
A expectativa de produção em outubro é de 250.967 toneladas de grãos em 2015, enquanto a projeção inicial era que fossem produzidas 1.143.956 toneladas. Em comparação ao ano passado, esta safra está 52,21% menor que a safra colhida em 2014 (525.146 t). Face ao mês anterior, quando foram previstas 282.010 toneladas, o decréscimo é de 11,01%.
Em relação às frutas frescas, a produção esperada no décimo relatório do ano é de 989.827 toneladas, representando incremento de 0,22% em comparação ao mês anterior (987.673 t). Porém, em relação ao primeiro prognóstico efetuado em janeiro (1.298.199 t), a redução é de 23,75%. Já na comparação com a safra de 2014, quando foram produzidas 1.286.766 toneladas de frutas frescas, a queda é de 23,08%.
Produtos
No cômputo geral, dos 41 produtos levantados atualmente no Estado do Ceará, os dados do relatório indicam que 34 apresentam redução em relação a estimativa traçada no mês anterior e apenas sete têm previsão de ampliação na produção. Estão com perspectiva de decréscimo o algodão herbáceo de sequeiro, amendoim, arroz de sequeiro, arroz irrigado, fava, feijão de arranca de 1a safra (Phaseolus), feijão de corda de 1ª safra (Vigna), feijão de corda de 2ª safra (Vigna), milho (grão), sorgo granífero, tomate, melancia, abacaxi de sequeiro, cana-de-açúcar de sequeiro, mamona, mandioca de sequeiro, mandioca irrigada, acerola, ata (pinha), banana irrigada, banana de sequeiro, castanha de caju (gigante), castanha de caju (anão), goiaba irrigada, coco-da-baía (seco), coco-da-baía (água), goiaba de sequeiro, laranja, limão, graviola, manga de sequeiro, maracujá, ceriguela e mamão. Na contramão, com previsão de crescimento estão a batata doce, milho (semente) melão, cana-de-açúcar irrigada, manga irrigada, palma forrageira e uva.
Situação mais complicada
De acordo com Regina Dias, supervisora de estatísticas agropecuárias do IBGE no Ceará, "a situação está muito mais complicada neste ano nos perímetros irrigados em relação a 2014.
"Está cada vez mais difícil porque entramos no quarto ano de seca, a água está escasseando cada vez mais nos reservatórios e nós não temos qual quer previsão de chuva. Tudo isso está afetando a produção agrícola do Estado e provocando diminuição na estimativa de produção das culturas irrigadas, inclusive com a redução das áreas de plantio. E isso significa também menor retorno financeiro para o interior do Estado, pois grande parte dessas culturas irrigadas são para exportação", afirma.
Em relação à safra de grãos, Regina Dias informa que "merecem destaque as perdas do arroz irrigado e a redução da área de plantio do feijão de corda". Conforme o relatório, no caso do arroz irrigado, a escassez crescente de água para a irrigação motivou a redução de água em municípios da mesorregião do Baixo Jaguaribe.
"No município de Morada Nova, por exemplo, alguns produtores desistiram do plantio pois a quantidade de água fornecida está aquém das necessidades desta gramínea", aponta o texto do levantamento.

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