
Passado quase um mês da campanha eleitoral para os cargos de presidente
da República, senador, governador, deputado estadual e federal,
postulantes do pleito proporcional, principalmente os que tentam
reeleição na Assembleia Legislativa, acreditam que a disputa eleitoral
ainda não iniciou de fato no Ceará.
Parlamentares ouvidos pelo Diário do Nordeste avaliam que as disputas
mais acirradas e interesse do eleitor só deverão ocorrer a partir da
primeira ou segunda quinzena de agosto, com início de debates eleitorais
e propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão.
Deputados que se reuniram na Assembleia na última sexta-feira
aproveitaram o reencontro para discutir os primeiros passos dados rumo à
tentativa de reeleição. Enquanto uns davam como certa a reeleição de
seus pares, outros mostravam preocupação com o desenrolar das
negociações políticas recentes, como saída de parlamentares para apoiar
candidaturas adversárias. Nos corredores Casa Legislativa, não há espaço
para outro assunto.
Alguns deputados demonstraram apreensão com a corrida eleitoral, pois
temem não conseguir uma votação ampla. O deputado Osmar Baquit, líder do
PSD na Assembleia, disse que a campanha eleitoral ainda está no "clima
de marasmo" até no Interior. Ely Aguiar (PSDC) tem demonstrado
preocupação com a falta de apoio, alegando não ter prefeitos ou
vereadores do Interior para sustentar sua candidatura.
"Tenho observado que a campanha ainda está acanhada nas ruas. A partir
de agosto é que a coisa vai ter um incremento maior", disse Ely Aguiar.
"O nível só caiu nas redes sociais, porque pessoas que deveriam ter uma
posição diferente baixaram o nível", completou.
Apostas
Pelas apostas dos deputados na sexta-feira, o fato de José Sarto (PROS)
estar na liderança do Governo pode viabilizá-lo como forte candidato,
assim como Lucilvio Girão (SD), que já tem muitos mandatos. Os deputados
também têm reclamado do preço das eleições, pois muitos não
viabilizaram apoios necessários para conquistar maior densidade
eleitoral. Já outros têm mais suporte e mais alianças financeiras para
as campanhas. É desta disparidade de poder econômico que alguns
reclamam.
"A campanha está bem, apesar de o Governo ter tirado prefeitos e
vereadores que me apoiavam. Eu perdi uns, mas recuperei outros", acusou
João Jaime (DEM). "No Interior está igual à Capital. Eu nunca vi uma
eleição como essa, tão morna, todo mundo esperando por todo mundo",
ressaltou.
Já o deputado Fernando Hugo (SD) acredita que a realização da Copa do
Mundo até a primeira quinzena do mês passado impossibilitou uma maior
mobilização entre os eleitores cearenses. "Eu acho que nessa primeira
quinzena de agosto a eleição vai se alastrar pelos quatro cantos do
Estado e, como essa é uma casa política, os assuntos também serão
pautados por aqui", explicou.
DN
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