O governador Cid Gomes (Pros) afirmou ontem que levará aos aliados a
hipótese de que ele renuncie ao cargo ainda nas próximas semanas. A
ideia é garantir viabilidade legal do irmão Ciro Gomes (Pros) na eleição
deste ano. A declaração agitou bastidores do PT, fortalecendo tese de
candidatura própria entre petistas.
“A hipótese de renúncia será colocada a um coletivo, não para uma
candidatura própria minha, mas para que a gente tenha o Ciro como
alternativa ao Legislativo”, disse Cid. Apesar disso, o governador
destaca que decisão não será tomada sozinha.
“Nunca foi meu estilo tomar decisões
sozinho, vou apresentar a hipótese de renúncia, pesar prós e contras.
(…) Sou capaz de colocar acima do meu interesse pessoal o interesse
coletivo”, diz, destacando PT como “aliado prioritário” no processo.
O governador disse ainda necessitar de “uma pausa” em sua militância
política, afirmando que não pretende disputar eleição neste ano. “O Ciro
é um quadro que tem de estar disponível”, defendeu. Apesar do apoio do
irmão, Ciro negou ter interesse em concorrer a qualquer cargo.
PT no Governo
Na manhã de ontem, membros de seis correntes do PT se reuniram com
Cid para debater sucessão. Se antes apenas grupo de Luizianne Lins
defendia candidato petista ao governo, possibilidade da renúncia já fez
três outras correntes demonstrarem interesse em discutir candidatura do
PT à sucessão estadual.
“Não se pode fechar a possibilidade de o PT disputar pelo Governo.
Até porque, se o Cid sai para o Pros reivindicar o Senado com o Ciro,
porque o PT não pode sugerir nomes para o Governo?”, questiona o
vereador Acrísio Sena. As correntes lideradas pelos deputados Artur
Bruno e Francisco Pinheiro defenderam a mesma posição.
Há pouco mais de um mês, porém, os
três participaram de manifesto contrário à candidatura própria. “Fomos
contra lá, mas agora há nova realidade. Inclusive com possibilidade de
construir unidade com Camilo Santana (deputado) ou Nelson Martins
(secretário)”, diz Acrísio.
Líder do grupo majoritário e
pré-candidato a senador, José Guimarães minimizou fala do
correligionário. “Meu grupo defende candidatura do PT ao Senado, mas
isso só será discutido no encontro do dia 29. Até lá, fica certa unidade
pela aliança”. Os grupos de José Airton e Ilário Marques também fecham
com Guimarães.
Já o senador Eunício Oliveira (PMDB),
que tenta se viabilizar ao governo, afirmou desconhecer renúncia de Cid e
diz que se reunirá com o governador ainda esta semana para discutir
eleição.
ENTENDA A NOTÍCIA
Segundo decisão do TSE de 2005,
candidatura de Ciro só é possível caso Cid se afaste do cargo até 5 de
abril, seis meses antes da eleição. Lei Complementar 64/1990 proíbe que
parentes de Cid se candidatem no Estado, salvo caso de reeleição. Mesmo
com renúncia de Cid, seus parentes não podem se candidatar ao cargo de
governador do Ceará.
Fonte: O Povo
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