Crateús, Entre os 184 municípios do Estado, poucos são exemplos de gestão financeira austera e eficiente, que já consolidaram por completo as contas
do ano de 2013. Realizaram o pagamento de funcionários, todos os meses e 13° salário, com fornecedores quitados e ainda dinheiro em caixa
para investimentos e contrapartidas para convênios em 2014. É o caso dos municípios de Cascavel e Russas, que fecharam o ano com os pagamentos de funcionalismo e fornecedores em dia, e ainda com recursos em caixa para investimentos em obras públicas.
Vista aérea da praia da Caponga, em Cascavel, município que encerrou o ano com R$ 1 milhão em caixa
para investimento em obras públicas com recursos próprios FOTO: KID JUNIORA maioria das Prefeituras cearenses encerrou 2013 com a parte financeira
em dia, mas somente no que se refere ao pagamento do funcionalismo, segundo a Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece). A entidade estima que 80% dos municípios fecharam o ano com a folha de pagamento dos servidores quitada.Porém, em relação ao pagamento das prefeituras para fornecedores, a entidade não possui
ainda dados consolidados. Muitas administrações ainda estão quitando a rubrica e fechando as informações contábeis. A Aprece avalia, contudo, que houve cautela nos gastos efetuados pelos municípios durante todo o ano, a fim de equacionarem as finanças públicas. No final de janeiro, a entidade deverá ter um balanço completo de 2013. Ainda segundo a Aprece, a cautela nos gastos ocorreu em função de dificuldades vindas do ano de 2012, quando foram encerradas as gestões municipais e novos
prefeitos assumiram.Exemplo
Localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, Cascavel possui uma população de 65 mil habitantes. Chegou no último dia 31 com o setor financeiro equilibrado, funcionários e fornecedores pagos, segundo informações da Secretaria Municipal da Fazenda.
De acordo com a Secretaria, a folha de pagamento do município é de R$ 4 milhões, composta por 2.900 servidores. "Antes
do final de dezembro, dia 17, quitamos a nossa folha de pagamento, incluindo o mês em vigor, o 13° salário e consignações, que poderiam ser pagas só em janeiro, mas já pagamos tudo ainda em dezembro", ressalta o secretário municipal da Fazenda, Manoel Rocha Neto.Ainda conforme o secretário, no dia 31, a Prefeitura fechou o caixa
com o dever de casa cumprido também com os fornecedores. Além de cumprir todas essas obrigações financeiras, o secretário afirma que há dinheiro em caixa, o qual será aplicado em obras neste ano de 2014."Antecipamos todos os pagamentos e chegamos ao dia 31 com tudo em dia, prontos para entrar em 2014 com capacidade de investimento em obras públicas e com recursos próprios na ordem de R$ 1 milhão. Com esse dinheiro investiremos na malha viária da sede e Interior; iniciaremos a construção de matadouro e modernizaremos a iluminação pública, entre outras importantes obras", destaca Rocha Neto.
Mas nem tudo foi fácil para o município. Segundo Rocha Neto, muitas dívidas foram herdadas da gestão passada. O segredo para equacionar as contas públicas foi baseado na experiência, seriedade e austeridade.
"Herdamos uma Prefeitura
endividada, tivemos que quitar uma folha de pagamento de R$ 5 milhões do ano anterior, mas, mesmo assim, conseguimos equacionar e findar 2013 com êxito e dinheiro em caixa
. O segredo é austeridade, seriedade e competência. Com a determinação da prefeita Ivonete Queiroz, e com conhecimento de causa, planejamos o setor financeiro deforma permanente e integrada a fim de obtermos êxito", destaca o titular das finanças de Cascavel. Essa é a realidade também no município de Russas, que também fechou o ano com o pagamento dos servidores e fornecedores em dia, além de dinheiro em caixa para investimentos, segundo o prefeito Raimundo Weber. "Encerramos o balanço do ano com tudo em dia. Dia 20 já havíamos quitado nossos compromissos com os servidores e no final do mês com fornecedores. Temos um calendário de pagamento de ambos e cumprimos. Além disso, entramos em 2014 com saldo positivo para investir em novos projetos. O segredo é conter os gastos", garante Weber, que administra o município pela terceira vez.Segundo a Aprece, a prudência nos gastos públicos ocorreu em função do endividamento das prefeituras, ainda nas gestões anteriores. "Sabemos que todos procuraram restringir as despesas e houve cautela por parte dos gestores neste aspecto porque já traziam problemas e dificuldades de 2012, de gestões passadas. Não temos como precisar números com relação ao pagamento de fornecedores, porque muitas ainda estão fazendo ajustes e encerrando contabilidade
, mas sabemos que houve cuidado nas despesas. No final de janeiro teremos a totalização dos dados", destacou Irineu de Carvalho, consultor econômico da Aprece.A Controladoria Geral da União (CGU) realizou em 2013 fiscalização em 60 municípios brasileiros e detectou irregularidades na aplicação de recursos federais em alguns deles.
FONTE: DN
Dívida de gestões passadas foi problema

Russas, Gestores de municípios do Vale do Jaguaribe terminaram o ano com a folha de pagamento de servidores em dia. Apesar do ano difícil, alguns comemoram a "ordem na casa". No caso deste município, além de servidores, os fornecedores entram também receberam pagamento. Já nas cidades de Jaguaruana e Limoeiro do Norte, o ano começa em débito com os fornecedores.
Município de Russas também conseguiu encerrar 2013 com a folha de pessoal e fornecedores em dia, e ainda recursos para obras públicas FOTO: ELLEN FREITASNão foi fácil para novos
prefeitos assumirem as administrações. Segundo relatou o prefeito de Russas, Weber Araújo, 2013 foi muito difícil, mas que durante o ano foi colocado tudo em ordem. "Graças a Deus terminamos o ano com o pagamento do 13º dos servidores, salários também estão em dia e os nossos fornecedores também receberam seu dinheiro. Ainda temos um saldo positivo de recursos que servirão para dar contrapartida em projetos já no começo desse ano", comemora.Apesar de não ter tido o mesmo sucesso, a prefeita de Jaguaruana, Ana Teresa, conta que continuará pagando durante o ano de 2014 o restante de uma dívida com os servidores, totalizada em R$ 2,5 milhões, mas que diante da organização e planejamento, o valor das parcelas não comprometerá os recursos do município.
Segundo ela, durante o ano de 2013 foram pagos R$ 800 mil, referente a um acordo feito entre a Prefeitura e servidores, diante do Ministério Público. O montante de R$ 2,5 milhões é referente aos salários de novembro e dezembro do ano de 2012, de todos os servidores municipais. Para pagar a dívida e manter o pagamento corrente dos funcionários públicos, a prefeita destina todos os meses o valor mínimo de R$ 100 mil para o pagamento, obedecendo a alguns critérios.
"O único critério que usamos para o pagamento dos servidores foi o tempo de serviço, os mais antigos receberam primeiro. Começamos o pagamento pela pasta
da Educação, que é a maior do município, depois passamos para outras pastas. Já pagamos R$ 800 mil dessa dívida e ainda vamos continuar pagando durante o ano de 2014", conta. Sobre o pagamento de funcionários, Ana Teresa explica que tem dificuldades com a folha dos servidores da Saúde, por conta dos gastos com o hospital e o pouco recurso que recebe do Governo do Estado."Acabamos atrasando um pouco os servidores da Saúde, por conta do repasse que esta sufocando. Os custos com o hospital
é de R$ 420 mil, onde só recebemos do Estado R$ 83 mil. Esse é o grande problema, o restante é todo por nossa conta", lamenta.Para driblar o problema, a prefeita está incentivando a procura pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), já que o programa é custeado pelo governo federal, barateando a conta do município. Diante das dificuldades, Jaguaruana entra com a folha de pagamento dos servidores em dia, mas devendo aos fornecedores. Porém, a prefeita justifica que o pagamento será realizado no começo deste ano. "Nós tivemos que priorizar os servidores públicos, por isso entramos o ano devendo os fornecedores. Em alguns casos, estamos devendo dois meses, mas nosso orçamento não está comprometido e eles deverão estar recebendo agora no mês de janeiro".
Já em Limoeiro do Norte, a situação está semelhante quanto ao pagamento de servidores e fornecedores. O ano foi fechado com a folha de pessoal em dia, mas com débitos nas parcelas de alguns fornecedores.
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