
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pediu esclarecimentos à Petrobras sobre a novafórmula para ajuste de combustíveis, anunciada pela estatal na sexta-feira com a ressalva de que os parâmetros da nova fórmula não seriam divulgados.
O governo resiste ao aumento dos combustíveis da Petrobras para evitar impacto na inflação Foto: Arquivo
O governo resiste ao aumento dos combustíveis da Petrobras para evitar impacto na inflação Foto: Arquivo
A falta de transparência da fórmula, aliada a um ajuste abaixo do esperado para a gasolina e o diesel fizeram as ações da companhia despencarem mais de 10% na segunda-feira (2), uma perda de valor para a empresa estimada em cerca de R$ 24 bilhões.
Em comunicado nesta quarta-feira (4) à CVM, a Petrobras informou que a metodologia "contém parâmetros variáveis como preço de referência dos derivados no mercado internacional, taxa de câmbio e ponderação associada à origem do derivado vendido, se no Brasil ou importado".
A empresa ressaltou no entanto que a aplicação dos ajustes não será automática, como consequência direta da fórmula de precificação. Mas não informou quando os ajustes seriam feitos.
"A metodologia estabelece bandas de reajuste, conferindo à diretoria executiva poder discricionário à luz da dinâmica dos mercados doméstico e internacional", disse a nota sem mais detalhes.
Graça fica no comando
A estatal refutou ainda especulações sobre a saída da atual presidente, Graça Foster, que segundo fontes teria desagradado o governo com a divulgação antecipada da proposta de uma nova fórmula para ajuste de combustíveis.
O governo resiste ao aumento dos combustíveis da Petrobras para evitar impacto na inflação, cuja meta (4,5%) já foi estourada este ano e deve encerrar o exercício mais próxima do teto da banda estabelecida entre 2,5% e 6,5%.
Após reunião do Conselho da companhia, a Petrobras anunciou que iria ajustar a gasolina em 4% e o diesel em 8%, apesar da defasagem em relação ao mercado internacional girar em torno dos 15% e 20%, respectivamente.
Com aumento menor, e sem poder calcular pela nova fórmula quando será o próximo ajuste, o mercado puniu as ações da empresa com a venda das ações, o que foi considerado "um ajuste de portfólio" por alguns analistas, e "pânico" por outros.
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