domingo, 6 de janeiro de 2013

Chuva em Parambu provoca derrubada de árvores e morte de jovem



  • Clique para AmpliarPrimeira enchente da Região dos Inhamuns ocorreu em Parambu nesta sexta-feira, 04.
  • Um temporal atingiu o município de Parambu na tarde desta sexta-feira, 04, segundo informações do radialista Denilson Fernandes. \"As fortes rajadas de vento derrubaram algumas árvores na cidade\", disse ele.
    Com as precipicitações o Rio Puiu apresentou uma pequena cheia, que chamou a atenção dos parambuenses. Na zona rural do Município também foram registradas precipitações, inclusive provocando a morte de um jovem de 14 anos, que foi atingido por um raio na Localidade de Miranda. Francisco Jonas Baia Araújo, foi atingido quando trabalhava na roça em companhia de familiares.
    Chuvas em vários Municípios da Região
    As chuvas da pré-estação se intensificaram no Estado, ontem, com registro da maior ocorrência na região da Ibiapaba. Foram 126 milímetros no Município de Groaíras. Mucambo e Cariré, também na Zona Norte do Estado, registram 80 milímetros de precipitações. Foram as maiores chuvas registradas no Estado, com ocorrências em 83 Municípios, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), há quadro desfavorável de chuvas no Estado para os próximos dois meses. A Zona Norte teve o maior número de ocorrências, conforme técnicos da Funceme, mas a expectativa é de que os próximos dois dias sejam ensolarados, sem previsão para chuvas.
    A Coordenação do Programa Hora de Plantar, do Estado, aguarda o prognóstico da Funceme, que deverá ser divulgado no próximo dia 25, para realizar as primeiras reuniões de planejamento para elaborar o calendário de distribuição das sementes selecionadas.

    Sementes

    Segundo a coordenação do órgão, já foram adquiridas cerca de 3,7 mil toneladas de grãos. O Governo do Estado ainda continua recebendo as sementes. O processo de distribuição deve começar apenas em janeiro.

    Os registros das chuvas ocorreram na quinta e sexta-feira. O terceiro maior aconteceu em Ibiapina, com 70mm, seguido por São Benedito, com 69,6 mm, e pelo município de Graça, com 69 mm. Ainda foram registrados 62mm em Santa Quitéria, 50 mm em Pacujá, e 43 mm em Ipu. No Sertão Central e Inhamuns, a cidade com maior registro foi Tamboril, com 43mm. Na região Metropolitana da Capital, Maracanaú registrou 40 mm.

    Já no Cariri, onde as chuvas da pré-estação acontecem com antecedência em relação ao restante do estado, o maior registro aconteceu em Farias Brito, com 40mm. No Crato, a chuva foi de 19mm. Mesmo assim, os agricultores, segundo o secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, José Hildo Silva, já estão com as terras preparadas para os primeiros plantios.

    Ele disse que, de acordo com experiências dos próprios agricultores, a estimativa é que as chuvas venham mesmo se intensificar a partir de março.

    Vórtices
    De acordo com a meteorologista da Funceme, Dayse Morais, as chuvas desses últimos dias estão relacionadas ao que os técnicos denominam de Vórtices Ciclônicos de Alto Nível. Esse sistema tem perdido força e a tendência a partir de agora é de chuvas desfavoráveis.

    Em Sobral, as chuvas iniciaram no dia 2, com um pequeno sereno, e na manhã do dia 3 houve forte precipitação durante o dia, porém concentrada das 18 horas às 21 horas.

    A média diária da cidade está em 16mm, segundo a Funceme. De acordo com o órgão, a Zona Norte é a região com maior índice de chuvas diárias, com destaque para Groaíras.

    Nos municípios com maior precipitação, os moradores apontam o horário de 16 horas às 22 horas como o de chuva mais intensa, porém, quase ininterrupta das 12 horas até o início da manhã de ontem.

    A estudante Erinilce Gomes, que mora em Cariré, disse que, apesar da chuva forte de ontem, não viu na cidade nenhum transtorno. No distrito de Tapuio, pertencente ao município e onde passa o Rio Acaraú, os moradores também não apontaram contratempos.

    Nos Sertões de Crateús e Inhamuns, a maior chuva foi registrada no distrito de Sucesso, município de Tamboril. Em Aiuaba, a precipitação foi de 26,8mm, seguida de Independência, que teve a terceira maior precipitação, de 15mm.

    Chuvas com menor intensidade foram registradas também nos municípios de Catunda, Parambu, Monsenhor Tabosa e Crateús. Com as precipitações, o clima melhorou, amenizando o calor e animando agricultores e população em geral. O céu continua nublado e com possibilidade de mais precipitações.

    No Vale do Jaguaribe, apesar das nuvens carregadas nos últimos três dias, ainda não choveu na região. No município de Limoeiro do Norte teve uma neblina na última quinta-feira, por volta das 14 horas, deixando o tempo quente. O céu continua nublado, aumentando a expectativa dos moradores para chuva no fim de semana, o que atenuará os efeitos do forte calor que tem feito na cidade nas últimas três semanas.

    Agricultura

    3,7 mil toneladas de grãos já foram adquiridas pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário, em preparação ao início do Programa Hora de Plantar no Estado.
    Previsões indicam chuvas 40% menores em 2013
    O prognóstico meteorológico divulgado no final de dezembro pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) em parceria com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) registra possibilidades de chuva 40% abaixo do normal para a região que vai do Amapá até o centro-norte do região Nordeste nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2013. Para a mesma área, há 35% de probabilidade de que haja chuvas no nível histórico normal e apenas 25% para precipitações acima da média. O texto afirma que, com a neutralidade da região equatorial do Oceano Pacífico e com águas no Oceano Atlântico Sul mais frias que o normal, permanece, então, um “padrão desfavorável à ocorrência de chuvas sobre o norte da região Nordeste do Brasil”. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) deve divulgar seu prognóstico no final de janeiro.
    Governo perdoa dívidas de agricultores com o Programa Hora de Plantar
    Neste ano, 145 mil agricultores familiares estão isentos de pagar as sementes que receberam através do programa Hora de Plantar. A portaria assinada pelo governador Cid Gomes e pelo secretário do 
    Desenvolvimento Agrário do Estado, Nelson Martins, significa um impacto de R$ 6,2 milhões na economia estadual, segundo dados da Secretaria.
    Pelo programa, os trabalhadores têm de devolver, após a colheita, aos cofres públicos metade do que receberam pelas sementes. Caso não tenham realizado queimada no plantio, os descontos chegam a 30% desse valor. O agricultor familiar poderá pagar outros 10% a menos se tiver usado ainda técnicas agroecológicas em sua produção.
    De acordo com Martins, na distribuição são consideradas as sementes para segurança alimentar, como arroz, feijão, milho; as da agroindustrialização, como as mudas de cajueiro anão; além das oleaginosas, como a mamona e o girassol. Em 2012, a estiagem prolongada fez a perda de produção chegar a 100% em certas cidades. Diante dessa realidade, o governo decidiu expedir a isenção. A medida já havia sido adotada em 2010 também devido à produção insuficiente.
    A Federação dos Trabalhadores(as) na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece) avalia como positiva a iniciativa diante de uma das maiores secas por que passa o Estado. Para o secretário de Política Agrícola da Federação, Luiz Carlos Ribeiro Lima, é “justo” que haja dispensa de cobrança das sementes.
    Os grandes desafios impostos pela estiagem ao Ceará dizem respeito, para Lima, ao abastecimento das localidades e o suporte forrageiro do animal. “O rebanho é a poupança do agricultor, e essa poupança está comprometida”, avalia, acrescentando que, no ano passado, a fome humana deixou de ser um dos calos das regiões agrícolas.
    Agricultores
    Fetraece e Secretaria divergem, entretanto, quanto ao número de agricultores familiares. Conforme dados do Censo Agrícola de 2006, seriam 341.510 estabelecimentos com essas características no Ceará. A Federação desdobra isso em 1,142 milhão de pessoas, enquanto o governo calcula média de um agricultor por estabelecimento.
    Governo reajuste preço do leite a nível de produtor
    A partir deste mês, os mais de 3,5 mil produtores cadastrados no Programa Leite Fome Zero, do Governo Federal, receberão reajuste de 11% na venda do leite. O preço passará de R$ 0,72 para R$ 0,80 por litro. O pagamento será retroativo ao mês de julho de 2012. Apesar do reajuste, o preço é considerado muito abaixo do mercado, ocasionando um desinteresse por parte de alguns produtores em permanecer no programa social.
    Além do reajuste, os produtores poderão contar, a partir deste ano, com complemento na alimentação do rebanho, que será distribuído aos pecuaristas pela Ematerce. \"Já estão assegurados 98 toneladas de sementes de sorgo para serem distribuídos no início da chuva, três milhões de raquetes de palma forrageira e 20 toneladas de capim andropogon, de modo que não falte alimentação do rebanho e os produtores produzam leite o ano todo\", afirmou o coordenador da Pecuária da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Márcio Peixoto.

    Em um balanço realizado pelo coordenador, ano passado foram distribuídos pelo Programa 22,5 milhões de litros de leite bovino e 48 mil litros de leite caprino, beneficiando 85 mil famílias por dia.

    O leite é destinado a crianças de 2 a 7 anos, gestantes e idosos em situação de insegurança alimentar em todo o estado. As famílias são selecionadas com base na faixa de risco social e que sejam atendidas pelos programas assistenciais do Governo Federal. A seleção é feita pelos agentes comunitários de saúde dos municípios.

    Até o fim do ano passado, foram cadastrados 3.875 mil produtores. Cada produtor pode fornecer ao programa até 30 litros de leite por dia, com limite de até R$ 4 mil por semestre, totalizando R$ 8 mil por ano.

    \"Se o produtor superar o limite de fornecimento antes de um ano, ele será retirado do programa\", explica Márcio. De acordo com ele, além da função social do programa em fornecer o leite às famílias que necessitam desse complemento alimentar, o programa beneficia os produtores do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

    O leite é coletado dos tanques de resfriamento distribuídos às associações de produtores cadastrados. Dos 226 tanques disponibilizados para o programa só aqui no Estado, 180 já foram instalados, restante será entregue ainda este ano. O leite é enviado aos laticínios onde são pasteurizados, embalados e distribuídos em 180 municípios. Treze laticínios fazem a coleta e distribuição da bebida.

    Apesar dos incentivos e do reajuste, o preço ainda está abaixo do ideal, desestimulando alguns produtores. De acordo com a presidente da Associação de Criadores do Arraial (Ascar) em Limoeiro do Norte, Arnóbia Galiza, o governo precisa melhorar o preço. \"Nós estamos vendendo às queijarias ao preço de R$ 1,10 o litro. Mesmo com o reajuste, o preço está muito baixo e muitos produtores não se interessam em fornecer ao programa\", afirma. Ela explica que a seca do último ano diminuiu a produção leiteira na região, elevando o preço da matéria-prima.

    Na região Centro-Sul, a terceira maior bacia leiteira do Ceará, o Programa Leite Fome Zero está esvaziado e não há interesse dos pequenos produtores em participar por causa da política de preço do Governo Federal. O mercado paga, pelo menos, 50% a mais do que o valor da tarifa oficial do litro de leite, mesmo com o recente reajuste de 11%.

    Além do desestímulo da política de preço, a seca que assola a região desde o ano passado contribuiu fortemente para a redução ou quase inexistência do fornecimento de leite do programa na região Centro-Sul. Atualmente, somente 40 produtores da localidade de Vila Mel, no município de Jucás, ainda se mantêm no projeto.

    Antes havia associação comunitária de pequenos produtores nos municípios de Icó, Cedro, Quixelô e Acopiara, mas, em decorrência da política de preço do programa, os criadores foram desistindo e pediram para sair do projeto. \"Os produtores não têm interesse em participar\", disse o presidente da Unidade de Pecuária Iguatuense, Mairton Palácio. \"O governo paga o litro a R$ 0,80, mas no mercado e nos próprios laticínios o preço de R$ 1,20 a R$ 1,40\".

    Na avaliação de Palácio, o programa tende a se acabar se não houver estímulo por parte do governo. \"O principal entrave é o preço, mas há também dificuldades burocráticas\".

    O Programa Leite Fome Zero tem o objetivo de diminuir a vulnerabilidade e insegurança alimentar de crianças até 7 anos, pertencentes a famílias com renda \"per capita\" de até meio salário mínimo e fortalecer a cadeia produtiva do leite, por meio da geração de renda ao produtor familiar, que fornece o produto para o governo.

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