Além de juros mais atrativos, serviços ofertados e tratamento personalizado podem ser diferencial
A
redução dos juros, anunciada nas últimas semanas pelos bancos públicos e
privados, tem possibilitado ao consumidor não somente menores taxas e
mais vantagens na obtenção de crédito, mas também um maior poder de
barganha; de conseguir obter mais benefícios das instituições
financeiras. Essas mudanças também têm dado início a uma importante
transformação no relacionamento das instituições financeiras com os
clientes, onde aspectos como serviços ofertados e tratamento
personalizado podem ser diferenciais relevantes para a fidelização do
consumidor, que hoje possui mais liberdade para escolher quem melhor lhe
atende.
"Até recentemente, os bancos possuíam pouca competição
entre si, o que permitia juros e taxas de administração muito altas.
Essas mudanças recentes no relacionamento entre clientes e bancos
decorrem da maior disputa pelo cliente, iniciada pela redução de juros e
das taxas de administração de fundos", explica o economista Alex
Araújo. "Com a redução de juros pelos bancos públicos, os bancos
privados perceberam que poderiam perder posições se não acompanhassem o
movimento", fala.
Para o economista, é possível que, nos próximos
meses, essa transformação seja ainda mais perceptível, uma vez que o
processo de redução dos juros ainda não foi concluído e há a expectativa
de que a Selic, taxa básica da economia, hoje em 9%, seja reduzida para
8,5% até o final deste mês, e encerre o ano em 8%. As mudanças na
captação da poupança, anunciadas pelo governo no início de maio, abrem
espaço para uma redução de juros ainda maior.
Fidelização
Para
manter o cliente, os bancos têm agora que ofertar condições
diferenciadas e um leque variado de produtos e serviços, que ofereçam as
melhores vantagens e que atendam às necessidades do consumidor. A Caixa
Econômica Federal, por exemplo, tem focado na oferta de taxas atrativas
e em vantagens para quem possui conta-salário. Por meio do programa
Caixa Melhor Crédito, lançado em abril, o banco espera atingir cerca de
25 milhões de clientes, entre pessoas físicas e jurídicas.
O
Caixa Melhor Crédito tem quatro grandes pilares: redução acentuada das
taxas de juros, aumento do volume de recursos disponíveis ao mercado,
valorização dos clientes (atuais e de novo relacionamento) e orientação
para o crédito consciente.
O Banco do Brasil (BB) também lançou
um programa especial com o mesmo objetivo. O Bom Para Todos, além da
redução dos juros e de taxas de administração de fundos, diminuiu ainda o
valor para aplicações iniciais, de R$ 50 mil para R$ 1 real, e
disponibilizou assessoria financeira para os clientes.
Os bancos
privados têm seguido a tendência dos bancos públicos e reduzido as taxas
de juros e de administração de fundos. O Bradesco, por exemplo,
anunciou medidas, que começam a valer em junho, para a redução das taxas
de administração de quatro fundos, além de diminuir o valor inicial
para investimento em dez fundos.
O Itaú também anunciou redução
de juros em diversos produtos, desde o dia 14 de maio. Entre as
mudanças, está a diminuição das taxas do cheque especial - a menor taxa
passou de 5,24% para 3,50%, enquanto a máxima caiu de 8,89% para 4,94%
ao mês. Outro banco que divulgou pacote semelhante foi o Santander. As
taxas do cheque especial caíram de 4% para 3,5%, a mínima, e de 8% para
4,9%, a máxima. Também cairam as taxas de cartões de crédito e de saldo
devedor.
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