A informação deve ser divulgada no próximo boletim da Sesa, nesta sexta. Treze pessoas ainda aguardam laudo
Do início do ano até ontem, de 253 exames de gripe A (H1N1) realizados no Estado do Ceará, 80 já apresentaram resultado positivo e 13 aguardam o laudo. A informação é do diretor do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), Ricardo Carvalho de Azevedo e Sá, adiantando que, no ano passado, de 155 exames feitos no laboratório, foi comprovada a doença (também conhecida como Influenza A ou gripe suína) em 30 pacientes.
Os dados divulgados pelo Lacen, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), possivelmente, serão revelados, nesta sexta-feira (20), no próximo boletim epidemiológico do órgão sobre a doença.
No último dia 13, o levantamento da Sesa revelou que o Estado já apresentava 69 casos confirmados de H1N1, ultrapassando os anos de 2010 (28), 2011 (23) e chegando bem próximo de superar 2009 (72), ano com o maior número de ocorrências da patologia no Ceará.
Assim, ao ser constatado, pelo Lacen, que o Estado já conta com 80 casos confirmados da doença, 2012 já é destaque na quantidade de pessoas infectadas pelo vírus. Outra informação divulgada no boletim do dia 13 de abril da Sesa está relacionada ao total de óbitos por conta da doença.
Neste ano, três pessoas já morreram vítimas da doença, mesmo número registrado em 2009. No ano de 2010, cinco mortes foram confirmadas devido à gripe H1N1. Já em 2011, nenhum óbito por conta da patologia foi contabilizado.
Disseminação
Apesar do aumento significativo de exames com resultados positivos, o diretor do Lacen ameniza a questão, ao afirmar que "essa gripe está disseminada, mas o seu vírus circula cumumente entre a população, sem grandes transtornos".
Para Ricardo Carvalho de Azevedo, a gripe A (H1N1) hoje é endêmica e não desperta tantos temores como ocorreu nos anos anteriores. A gravidade da patologia depende da circunstância do paciente, ou seja, do seu estado geral de saúde, resistência orgânica e cuidados no controle dos sintomas, acrescenta.
O certo, citou o diretor, é que permanece a indicação da Sesa para a realização do exame em pacientes internados em alguma unidade hospitalar cearense, caso eles apresentam síndrome de deficiência respiratória aguda grave (SRAG).
Além disso, o exame deve ser feito nos pacientes com suspeita de estar com gripe A em até cinco dias do início dos sintomas. A secreção que será analisada é colhida no próprio hospital e enviada para o Lacen. O resultado, via de regra, é emitido em 72 horas.
Se no passado a amostra a ser analisada era enviada para fora do Estado, ao Laboratório Carlos Chagas, em Belém (PA), desde o ano passado todos os exames passaram a ser feitos no Ceará, com a aquisição por parte do governo do Estado de equipamentos como o termociclador.
Grupo de risco
Grávidas, crianças menores de dois anos e idosos compõem o grupo de risco, ou seja, é o público que apresenta maior probabilidade de ser acometido pela doença.
Com o objetivo de garantir a imunização dessas pessoas, o Ministério da Saúde irá realizar campanha de vacinação contra a gripe H1N1. A iniciativa está prevista para acontecer a partir de 5 de maio. Os profissionais de saúde também serão alvo da ação.
Os principais sintomas da gripe suína são febre, tosse seca, dor de cabeça e falta de ar, este bastante característico da SRAG, considerada a manifestação complexa do problema.
Até esta segunda-feira, segundo o diretor da Maternidade Escola Assis Chateaubriand, Carlos Augusto Alencar, duas mulheres, sendo uma grávida, estavam internadas na Unidade de Terapia Intensiva em estado grave com H1N1. Outras duas na sala de parto e quatro na enfermaria em isolamento, com os sintomas da doença, aguardando a confirmação.
DN
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