quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AMBULANTES OCUPAM CALÇADAS EM IGUATU E ATARPALHAM TRANSITO DE PEDESTRES


Disciplinar as áreas de comércio no Centro de Iguatu é um desafio que está mobilizando diferentes segmentos

Caminhar pelo Centro desta cidade não é tarefa fácil. As calçadas estão ocupadas por vendedores ambulantes, mercadorias das lojas, bicicletas e placas de publicidade. Os pedestres são obrigados a descer para a rua e disputar espaço com motos e carros, aumentando constantemente o risco de acidente. As pessoas idosas e com deficiência enfrentam mais transtornos.

É um problema que se arrasta ao longo do tempo e parece não ter solução. Não há ação concreta do poder público municipal para disciplinar o comércio ambulante e a ocupação das calçadas. Resultado: a cada mês aumenta a presença de camelôs e de produtos na via, que permanece impedida para o livre tráfego dos moradores.

Há unanimidade entre os dirigentes de entidades empresariais e os moradores de que as calçadas devem permanecer livres para os pedestres. Já os vendedores ambulantes defendem a necessidade diária do trabalho e a dificuldade de se estabelecer em um imóvel. Na falta de ação para resolver o problema, os pedestres continuam enfrentando os obstáculos diariamente.
O vendedor ambulante, Francisco Rodrigues, ocupa com uma banca de artigos variados, quase toda a calçada estreita na Rua Coronel José Mendonça, no Centro da cidade, há mais de três anos. As pessoas passam com dificuldades e, às vezes, é preciso descer para a rua, ao lado do meio-fio. "Foi o melhor lugar que encontrei porque outros pontos estão ocupados", justificou. "As pessoas descem, mas sobem logo em seguida".

O camelô, Luís Lima, disse que não tem condições financeiras de se estabelecer em um imóvel comercial. "O aluguel é caro e as minhas vendas são poucas, por isso tenho que permanecer nas calçadas", explicou. "Sou contra aqueles ambulantes que ocupam toda a extensão da calçada".

A aposentada Marlene Santos disse que, três vezes por semana, faz compras no Centro, e enfrenta os transtornos das calçadas ocupadas por mercadorias, bancas e bicicletas. "Está cada vez pior", contou. "É um perigo para quem é idoso ser atropelado na rua ou mesmo cair nas calçadas".

Marlene Santos chamou a atenção para a construção de áreas de passeio irregulares, com nível de piso diferenciado. "Têm calçadas baixas, outras altas e a gente dá muita topada se não tiver cuidado".

"Em minha opinião, as calçadas devem ficar livres para a gente caminhar", disse o comerciário, José Vicente Lisboa. "Sei que as pessoas precisam trabalhar, sobreviver, mas é preciso respeitar o direito do pedestre". O professor Paulo Ribeiro disse que as calçadas ocupadas prejudicam os consumidores e os lojistas, mas chamou a atenção para os empresários que colocam produtos na via de passeio.
"Tem um depósito de bebida que coloca caixas e mais caixas, ocupando totalmente a calçada", frisou. "Bem ali na frente é uma oficina e loja de bicicleta". O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu, Ariosto Vale Bezerra, disse que não é contrário ao trabalho dos vendedores ambulantes, mas defende uma regulamentação e ordenamento da ocupação das calçadas. "É uma questão que precisa ser debatida com urgência para a busca de uma solução comum, e que seja colocada em prática", frisou.

A ocupação das calçadas por vendedores e, em particular, por mercadorias das lojas, recebeu a desaprovação do presidente da Associação Comercial de Iguatu, Henrique Bezerra. "Sou contrário e os lojistas não podem ocupar essas vias", frisou. "Esse é um assunto que foi discutido na reunião com os presidentes de associações comerciais do Ceará, em Fortaleza".

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Iguatu, Tadeu Rolim, esse é um problema que afeta várias cidades e tem sido tema de discussão nas reuniões das entidades empresariais. "É preciso que o poder público e os empresários encontrem uma solução em comum acordo, pois o problema não pode mais continuar", observou o dirigente classista.

A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Iguatu disse que ainda não recebeu nenhum documento com reclamações de entidades do setor lojista sobre a ocupação das calçadas ou mesmo com solicitação de debate do problema. Frisou ainda que a questão será encaminhada para o setor competente da Secretaria de Infraestrutura com o objetivo de que seja adotada uma solução em comum acordo com empresários, ambulantes, beneficiando os moradores, a partir de um levantamento da quantidade de camelôs e dos pontos ocupados.

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