De acordo com a Anefac, a taxa média do cartão em setembro chegou a
13,59% ao mês em setembro (361,40% ao ano), o maior patamar desde março
de 1996, quando estavam em 14,08% ao mês e 385,86% ao ano. ‘’É uma
espécie de círculo vicioso. A inadimplência aumenta e os bancos aumentam
os juros. Com queda de renda e aumento do desemprego, a inadimplência
vai aumentar e os bancos deverão aumentar ainda mais os juros’’, explica
Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Anefac.
No comércio, os juros saltaram de 5,30% ao mês para 5,32% (86,26% ao
ano). No cheque especial, a taxa subiu de 10,14% em agosto para 10,24%
em setembro (222,16% ao ano). O juro dos empréstimos nos bancos para a
compra de automóveis (CDC) subiu de 2,14% para 2,20% (29,84%). A taxa
dos empréstimos pessoais nos bancos saltou de 4,15% para 4,20% (63,84%),
enquanto nas financeiras a taxa cobrada neste tipo de empréstimo foi de
7,72% para 7,80% (146,28% ao ano).
Miguel avalia que o movimento de alta de juros para o consumidor deve
se manter nos próximos meses. Além do crescimento da inadimplência, que
leva os bancos a elevarem os juros para se precaver de possíveis
calotes, os índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e
juros maiores estão reduzindo a renda das famílias.
‘’O baixo crescimento econômico deve promover o crescimento dos
índices de desemprego. O rebaixamento da nota de crédito do país pela
agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P),
perdendo o grau de investimento, também está no radar. Somada a isso,
está a elevação da carga tributária para o sistema financeiro no pacote
fiscal que subiu a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido(CSLL) de
15% para 20%. As instituições financeiras repassam a alta para as taxas
de juros das operações de crédito’’, explica Miguel Ribeiro.
Considerando todas as elevações da taxa básica de juros promovidas
pelo Banco Central desde março de 2013, a Selic teve uma elevação de
sete pontos percentuais de 7,25% ao ano para 14,25% ao ano em setembro.
Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou, no
mesmo período, uma elevação de 43,13 pontos percentuais de 87,97% para
131,10% ao ano até setembro passado.
Com informações do O Globo
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