Seis fábricas do setor estão em plena atividade no município, gerando uma média de 400 empregos diretos
Iguatu. Esta cidade, localizada na região Centro-Sul do Ceará, tornou-se nos últimos dez anos um polo de fabricação de cadeiras de balanço. O crescimento constante das vendas para lojistas e crediaristas é um reflexo de que o consumo vem aumentando. O produto conquistou o gosto popular. Seis fábricas estão em pleno vapor, gerando cerca de 400 empregos diretos e uma produção média mensal de 60 mil peças.
As cadeiras tëm modelos e preços variados. A novidade é a utilização de fibras sintéticas em substituição às tradicionais tiras de plástico, os chamados "macarrão" FOTO: HONÓRIO BARBOSA
As cadeiras são comercializadas para os Estados do Nordeste, além de Tocantins e Pará. Os empreendimentos são feitos por empresários locais. Apesar da falta de apoio governamental e das dificuldades de acesso a financiamentos bancários, conseguiram superar obstáculos e expandir a produção. As cadeiras têm modelos e preços variados. A novidade é o uso de fibras sintéticas em substituição às tradicionais tiras de plástico (macarrão). "São mais resistentes, bonitas e confortáveis", disse o empresário Cláudio Mangueira, diretor-presidente da fábrica Cla Sul. "É a febre do momento".
Outra tendência do mercado é a preferência por cadeiras de balanço, com molas e com os pés fixos. "As pessoas não querem mais aquelas tradicionais, de balanço, em cano dobrável livre", disse o empresário Genival Pereira, da Cia da Cadeira. "Mais de 80% dos pedidos são para o modelo de balanço fixo e temos de acompanhar o desejo dos consumidores", admite.
O setor está animado com o mercado em todo o Nordeste. Afinal, é costume nas cidades pequenas do Interior, nos sítios e vilas rurais, o uso de cadeiras de balanço. Nas calçadas das casas e nos alpendres, a roda de conversa entre parentes e amigos é convidativa para o sentar-se nesse tipo de mobiliário.
A modernização chegou aos mais distantes lugares, mas essas tradicionais cadeiras não perderam espaço. Ao contrário, nos últimos anos cresce a demanda por este produto.
Na cidade de Iguatu, há cinco anos, havia duas pequenas fábricas que produziam uma média de sete mil unidades por mês. De lá para cá, o número de estabelecimentos duplicou. O clima quente do sertão favorece a utilização das cadeiras de balanço que usam tiras de plástico (macarrão) ou fibras sintéticas no assento e encosto e é sustentada por tubos de metalon curvos que permitem o balanceio e o relaxamento do corpo.
A maioria das vendas é feita por crediaristas que enchem caminhões e saem comercializando nas cidades e vilas do sertão. Mas, nos últimos anos, o produto também passou a ser exportado para outros Estados do Nordeste e da região Norte. O preço médio da unidade varia entre R$ 30 e R$ 65, conforme o modelo e tamanho da cadeira.
Pioneirismo
O pioneiro na produção das cadeiras de ferro, com balanço, foi o empresário Glaudério Rodrigues Nascimento. Depois de alguns anos com experiência numa indústria de metalurgia e fundição de equipamentos agrícolas e bombas hidráulicas, ele teve a ideia de implantar uma unidade de produção de portões e grades de ferro em parceria com o pai, em 1997. A unidade produtora, dois anos depois, transformou-se na fábrica de móveis tubulares Rei do Balanço. "No início, encontrei dificuldades e resolvi fabricar cadeiras de balanço, pois vi que os crediaristas vendiam bem esse tipo de produto", contou.
Nascimento inovou nos modelos e ampliou a produtividade. Começou com 18 funcionários, produzindo mil peças por mês, mas, graças às modificações tecnológicas, hoje, são 30 operários e cinco mil peças por mês. "O nosso projeto é continuar aumentando a produtividade das cadeiras", disse.
O empresário Edival Lima Pereira, mais conhecido por Edilson, também tem uma história de sucesso empresarial. No período de 1995 a 2002, fabricava mesa e cadeiras de madeira. O irmão, Genival Pereira, convidou Edilson para montar uma unidade produtora. Em 2003, começaram a fabricar as cadeiras de balanço.
A indústria Cia. da Cadeira expandiu a produção para 25 mil peças por mês, depois de implantar mais duas unidades produtoras. O negócio não para de crescer. Os irmãos Edilson e Genival investiram mais na produção do modelo de balanço, mas com molas numa base fixa que evita arranhar o piso.
Depois de trabalhar por mais de uma década como vendedor de móveis, Cláudio Mangueira decidiu abrir sua própria fábrica, a Cla Sul, e passou a produzir cadeiras de balanço. "Os pedidos eram crescentes e as indústrias locais não atendiam à demanda", disse. "O meu projeto deu certo". O empresário trouxe um diferencial para o mercado, o uso de um macarrão de melhor qualidade, e a aplicação de fibra sintética, que caiu no gosto dos consumidores.
Cláudio Mangueira faz 13 modelos diferentes de cadeiras. Em breve, está abrindo uma nova fábrica para expandir a produção. "Vamos gerar mais 40 empregos e produzir uma média de 10 mil peças por mês", prevê.
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