Diferente do que comentaram dirigentes petistas, inclusive a presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Luizianne Lins, os líderes de partidos aliados ao projeto da presidente Dilma Rousseff disseram que o confronto pela Prefeitura de Fortaleza não irá afetar a aliança nacional e estadual. Para PDT, PCdoB, PSB e PMDB, todos os partidos continuarão unidos em prol da reeleição da presidente da República em 2014.
Senador Eunício Oliveira reafirma o compromisso do PMDB de marchar com o PT para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014 FOTO: ALEX COSTA
O presidente estadual do PMDB, senador Eunício Oliveira, diz que o confronto entre PT e PSB em Fortaleza foi apenas "um episódio", assim como aconteceu em diversos municípios Brasil afora, e isso não deverá afetar as relações dos dois partidos que estão juntos em um projeto nacional para reeleger a presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, mesmo no Ceará, a exemplo do PSB, o PMDB esteve ao lado do PT em muitos municípios e a aliança, pelo menos à nível nacional, irá se manter.
"Nada altera o nosso apoio a presidente Dilma, até porque mesmo o vice-presidente da República (Michel Temer) é do meu partido e foi eleito junto com ela e vai para reeleição junto com ela. Eu acho que nós acabamos a eleição em Fortaleza e agora é partir para frente", disse o senador.
Decidido
Eunício afirma ainda que sua agremiação saiu mais fortalecida do processo eleitoral deste ano, pois continua sendo o maior partido do País, escolhido pela base, que são os cargos de prefeitos e vereadores. De acordo com ele, nada foi decidido ainda com o novo prefeito, Roberto Cláudio, sobre a parte que caberá ao PMDB na administração da Prefeitura de Fortaleza. "Se depender do PMDB, ele não vai receber nenhuma pressão para termos nomes no primeiro ou no segundo escalão. Isso caberá somente a ele decidir", disse.
O próprio presidente estadual do PSB, governador Cid Gomes, disse em diversos momentos da campanha eleitoral que defende a reeleição de Dilma Rousseff, ainda que alguns quadros tenham se posicionado diferentemente, como é o caso do deputado federal, Romário. Indo na mesma linha, o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, disse que a relação com o PT nacional e estadual de forma alguma será alterada, mas frisou que em Fortaleza os pedetistas sempre foram oposição à atual administração.
"Apenas fomos coerentes em apoiar uma candidatura que significava mudança. Ganhamos em Curitiba e Natal com o apoio do PT. Aonde o PT tiver do nosso lado, estaremos com nossa bandeira. Não apoiamos por conta de cargos ou subserviência", ressaltou o deputado.
Sobre o apoio dado a Roberto Cláudio no segundo turno, afirmou que isso só foi possível graças à defesa, pelo pessebista, das propostas defendidas no primeiro turno pelo então candidato do PDT, Heitor Férrer; "Nada foi combinado ainda em relação a cargos na nova gestão, mas participação ou não é uma definição do prefeito e o PDT estará sempre pronto para ajudar no que for necessário", pontuou.
Recomposição
Já para o senador Inácio Arruda (PCdoB), o segundo turno já foi o início de uma grande recomposição, visto que a candidatura de Roberto Cláudio conseguiu ter a capacidade de aglutinar forças políticas que atuam dentro da cidade, sendo o resultado a vitória do pessebista.
"Teremos uma composição mais ampla, com certeza. Agora começa uma nova etapa não só para a cidade, mas pra o plano político eleitoral. Se não acontecer nenhuma tsunami, aí minha impressão é de que todos caminharemos com a Dilma para a reeleição. E isso vai aglutinar todos nós, novamente", afirmou.
Sobre alianças, o parlamentar disse ser preciso calma, mas lembrou o fato de Roberto Cláudio ter cumprimentado o seu adversário, Elmano de Freitas, durante a festa da vitória, como um gesto correto, de busca pelo diálogo com o petista Elmano de Freitas. "Essa posição é importante para a cidade e também para melhorar a vida das pessoas é preciso diálogo".
Questionado sobre o fato de militantes do Partido dos Trabalhadores o terem chamado de "traidor", Inácio Arruda foi enfático. "Não vou dizer isso do PT, em nenhum momento. Temos que fazer política na altura elevada. Quando o próprio PT deixou de defender o presidente Lula, nós tivemos a coragem de defender ele", atacou.
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