No
Ceará, a quadra chuvosa já começou e, apesar de tudo indicar que
teremos precipitações abaixo da média prevista para o período é preciso
estar atento. O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria
de Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonsêca, alerta que as chuvas
intermitentes que ocorrem em todo o Estado facilitam a proliferação do
mosquito, que gosta de umidade e de calor.
Por causa do
ambiente favorável, o gestor da Sesa afirma que alguns municípios correm
o risco de sofrer nova epidemia de dengue. O risco, no entanto, é
menor, uma vez que o Estado já vem de duas epidemias seguidas. Em 2011,
quando predominou a dengue tipo 1, e em 2012, com predominância do tipo
4.
Conforme o
último Boletim da Dengue, divulgado no dia 22 pela Sesa, 1.112 casos da
doença foram confirmados só neste ano, em 59 municípios. O destaque é
para Fortaleza e Tauá, com 337 e 275 do total de casos confirmados,
respectivamente. Outras cidades que preocupam são Quixadá, Juazeiro do
Norte, Pacajus e Itatira, que possuem alto índice de infestação.
Nélio Morais,
coordenador de Vigilância Sanitária e Ambiental da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS) ressalta que, no ano passado, Fortaleza teve a maior
epidemia de dengue de sua história e choveu abaixo da média. Além do
fator climático, a questão educacional também contribui fortemente para a
proliferação do Aedes aegypti.
Conforme o
coordenador, mais de 80% dos focos identificados em Fortaleza
encontram-se no interior dos imóveis. O acúmulo de água em recipientes,
seja por descuido ou descaso, como vasilhame jogado no quintal, casca de
ovo aberta, garrafas e pneus com água parada contribuem de forma
bastante significativa para agravar a situação. Somado a isso têm os
quatro sorotipos da doença que circulam no Estado e uma população
suscetível, formando um conjunto de extrema vulnerabilidade para a
ocorrências de casos e das epidemias.
O
Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, vive principalmente no
ambiente domiciliar. A fêmea do Aedes aegypti deposita os ovos nas
bordas de reservatórios de água limpa, geralmente encontrados dentro das
residências. Com o contato com a água, o ovo eclode, vira larva, pupa e
em apenas 8 dias já é mosquito adulto, que sai voando por aí e ameaça a
saúde da população.
O poder de
reprodução do mosquito é enorme. O ovo da dengue consegue sobreviver por
mais de um ano, mesmo se o local onde foi depositado estiver seco. Por
isso, para a prevenção da dengue, é fundamental evitar o acúmulo de água
parada que não pode ser protegida.
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