quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Produtores da região dos Inhamuns cobram o reajuste no valor do litro de leite





A distribuição de leite de gado e cabra do Programa Fome Zero está ameaçada pelos efeitos da seca que tomou conta do Nordeste brasileiro este ano. Na região do Inhamuns, localizada no sertão do Ceará, pelo menos 2.491 crianças, em oito municípios, poderão ficar sem receber o alimento repassado por um programa em parceria entre o governo Federal e Estadual.

O alerta vem da Cooperativa dos Produtores de Leite dos Inhamuns (Cootaleite) e da empresa Laticínios Veneza, responsável pelo beneficiamento do produto em Tauá. Segundo o veterinário Antônio Marcos Marcelino, 39, antes do agravamento da seca os pecuaristas cooperados vendiam 64 mil litros de leite por mês para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Com a estiagem, “houve uma queda de mais ou menos 60% na produção”.

A Cootaleite, que recolhia o leite em 135 propriedades produtoras, reduziu para 92 o números de pontos de coleta. De acordo com Antonio Marcelino, 43 pecuaristas deixaram de vender para o Fome Zero porque perderam ou negociaram os animais.

A escassez de pastagem e, principalmente, a falta d´água para o consumo animal vem provocando a redução do rebanho leiteiro de gado/caprinos dos Inhamuns. Pelos cálculos de Antônio Marcelino, veterinário da Cootaleite e proprietário da Laticínios Veneza, antes da seca a região contava com 60 mil cabeças gado. “Não temos números sistematizados, mas há registro de um êxodo de milhares de animais para o Maranhão ou Pará. Ou foram negociados ou é busca por pasto. Quem insistiu com o gado aqui, está tendo prejuízo e arrisca vê-los morrer de novembro pra frente”, explica.

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