Segundo especialista, os candidatos devem mostrar disponibilidade para questionamentos nas redes sociais
Os
candidatos a prefeito e vereador de Fortaleza têm utilizado uma
ferramenta não tão recente, mas que está provocando mudanças no modo de
fazer política: as redes sociais. Praticamente todos aqueles que tentam a
vaga de chefe do Poder Executivo da Capital criaram uma página no
Facebook e no Twitter, as duas principais centrais de divulgação entre
os internautas. No entanto, esses postulantes vêm fazendo isso de forma
ainda imatura e devem tomar alguns cuidados para não prejudicar a imagem
deles no pleito.
Na
rede social Twitter, por exemplo, somente Valdeci Cunha não criou uma
conta, até o momento, para divulgar sua candidatura FOTO: LUCAS DE
MENEZES
Um caso interessante é o do democrata Moroni Torgan,
que criou perfil no Facebook há quatro semanas e já possui cerca de
4.326 contatos. Quem possui grande audiência na rede social é o
candidato pelo PCdoB, Inácio Arruda, que tem 6.119 curtições, mas já
utilizava a ferramenta antes das eleições para divulgar o trabalho no
Senado.
Depois de Inácio e Moroni, vem Renato Roseno, com 2.651
contatos, seguido de Roberto Cláudio, com 1.512, e Elmano de Freitas com
1.495. Heitor Férrer criou recentemente uma página no Facebook e, em
seu perfil, possui 5.714 amigos. Marcos Cals (PSDB) só tem 305
seguidores e André Ramos (PPL), 1.676. Além dos perfis e das páginas no
Facebook, grupos de discussões foram criados por apoiadores dos
candidatos a prefeito.
Votos
No Twitter,
até o momento, somente Valdeci Cunha (PRTB) não criou uma conta. Todos
os outros nove candidatos já têm bastante seguidores. No entanto, a
quantidade de contatos, tanto no Facebook como no Twitter, nem sempre é
convertida em votos. Prova disso foi a participação dos presidenciáveis
em 2010, quando Dilma Rousseff, Marina Silva e José Serra criaram perfis
nas redes sociais para se aproximarem dos internautas. Os seguidores de
Marina Silva eram os mais atuantes, o que não foi refletido nas urnas.
O
especialista em marketing digital e professor da Unifor, W. Gabriel de
Oliveira, ressalta que o movimento de inclusão desses candidatos nas
redes sociais é um processo recente, que iniciou nas eleições de 2008 no
Brasil e teve o seu ápice durante as eleições presidenciais de 2010.
Segundo
ele, políticos têm utilizado essas ferramentas muito mais preocupados
com a repercussão negativa da campanha do que para apresentar
proposições. Porém, W. Gabriel observa que os candidatos estão começando
a perceber que a repercussão negativa na internet pode ser mais
devastadora que na TV.
"Tudo na internet pode ser registrado, e o
que é pior, difundido de uma maneira inimaginável. Se um determinado
candidato faz algo errado e cai no Twitter ou no Facebook, pode ter até
repercussão internacional, e ele pode perder muitos eleitores", disse o
especialista.
Para ele, não existe receita para os candidatos
utilizarem as ferramentas, mas os postulantes devem se mostrar
verdadeiros e disponíveis para responder questionamentos. "Não pode é
enganar o eleitor, porque o usuário se volta contra a campanha. Também
não pode colocar a equipe para fazer a campanha e deixar o eleitor
abandonado".
Dentre as dificuldades para os candidatos emplacarem
o interesse das pessoas na internet, afirma W. Gabriel, estão a falta
de paciência e controle emocional, o erro de português e o fato de
fazerem apenas publicidade.
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