Projeto de lei do Senado que proíbe a realização de concurso público
exclusivamente para a formação de cadastro de reserva será examinado
pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na reunião da
próxima quarta-feira (16). A proposta, de autoria do ex-senador Expedito
Júnior (PR-RO), foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e
segue para a decisão terminativa da CCJ.
Indicação expressa
A proposta (PLS 369/2008) obriga a indicação expressa nos editais de
concursos públicos do número de vagas a serem providas. A medida, de
acordo com o projeto, será observada em concursos de provas ou de provas
e títulos no âmbito da administração direta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios. De acordo com a proposição, tal
cadastro de reserva será permitido somente para candidatos aprovados em
número excedente ao de vagas a serem preenchidas.
Eficiência
Na opinião de Expedito, a realização de concursos públicos sem que haja
qualquer vaga a ser preenchida contraria os princípios da moralidade,
impessoalidade e eficiência ao criar nos candidatos falsas expectativas
de nomeação. O autor lembra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)
que determinou a obrigatoriedade de provimento dos cargos anunciados em
edital de concurso público.
Desrespeito
No
mesmo sentido, o relator do projeto na CCJ, senador Aécio Neves
(PSDB-MG), repudiou a abertura de concurso sem que ocorra necessidade
administrativa demonstrável pela existência de cargos vagos, frisando
que a “insensibilidade e desrespeito” da administração pública trazem insegurança ao candidato:
“Ainda
mais grave é submeter o concursando ao desgaste de um longo período de
preparação, durante o qual incorre em despesas e sacrifícios pessoais e
não raro familiares. Gasta com cursos preparatórios, às vezes com o
abandono do emprego para dedicação integral aos estudos e, finalmente,
com os valores cobrados para poder realizar as provas. Depois disto
tudo, aprovado, passa a viver a expectativa e a incerteza da admissão ao
emprego para o qual se habilitou”, diz o relatório.
Com informações da Agência Senado
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