domingo, 4 de março de 2012

Catarina é destaque no Diário do Nordeste como modelo de implantação de projetos de cultivo orgânico de hortaliças e fruteiras



Catarina Esta cidade, no Sertão dos Inhamuns, é modelo de implantação de projetos de cultivo orgânico de hortaliças e fruteiras. Destaque para a goiaba e uva. As áreas de produção são visitadas todos os meses por técnicos e agricultores de outras cidades curiosos quanto à experiência de sucesso. O segredo, segundo os produtores, é simples: assistência técnica, apoio ao crédito e implantação de sistemas localizados de irrigação - processo que contribui também para a criação de animais.

Em vez das tradicionais culturas de sobrevivência, hortaliças e fruticulturas ocupam cada vez mais espaço em pequenas propriedades a partir de projetos irrigados, sendo o plantio de uva um dos destaques no cenário rural municipal, atraindo a atenção de moradores que se mostram admirados com a produção e a qualidade dos frutos.

O plantio experimental de meio hectare de uva da variedade Itália Moscato implantado no Sítio Bom Lugar, em Catarina, deu certo e deixou produtores rurais otimistas em relação ao aumento da produção. A área foi ampliada para um hectare e a ideia é dobrar a área do parreiral até o fim deste ano.

O parreiral é fruto da determinação e do esforço do produtor rural Ronivon Ferreira. Depois da orientação técnica, da implantação de moderno sistema de irrigação e de novos tratos culturais, o agricultor resolveu, há dois anos, revolucionar a produção de sua propriedade. "Decidi plantar uva e estou satisfeito", diz. "Há desafios, mas estou vencendo todos eles". Hoje, a renda familiar mensal ultrapassa R$ 3 mil. Implantou maracujá, goiaba, laranja e ampliou a área de tomate. A comercialização dos frutos é feita para centros consumidores da Região Centro-Sul.

Ele lembra que já havia tentado fazer o cultivo de uva, mas, sem experiência e conhecimento técnico, não conseguiu. Depois da chegada de técnicos contratados pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Município e da Ematerce, voltou o desejo de implantar o parreiral.

A maior parte da produção da uva é vendida para o mercado de Iguatu, cidade polo da Região Centro-Sul. A estimativa dos técnicos é que, a partir da terceira safra, quando ocorre a estabilidade produtiva do parreiral, a renda obtida deverá ser de R$ 55 mil para cada área de um hectare.

Adesão

O chefe do escritório da Ematerce, Rubens Lima, afirma que a parceria entre produtores e Prefeitura caminha com êxito. "A adesão dos agricultores ao programa é crescente", destaca. O gerente regional da Ematerce, Joaquim Virgulino Neto, acrescenta que a instituição dá apoio para a expansão da fruticultura e ampliação da renda da agricultura familiar.


O prefeito de Catarina, Jeferson Paes de Andrade, estruturou e deu apoio à Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente. O Município contratou técnicos com experiências em áreas de produção de frutas e verduras no Vale do São Francisco, em Pernambuco e na Bahia. A articulação local com os agentes parceiros, Banco do Nordeste, Ematerce e a Conab resultaram no tripé que dá viabilidade ao programa: assistência técnica, concessão de crédito e ainda comercialização.

Ovinos

Com o agronegócio, a paisagem no Sertão dos Inhamuns mudou. Hoje, há, além das frutas, a caprinocultura e a ovinocultura em Tauá e Crateús, onde centenas de pequenos produtores rurais conferem destaque a uma região antes conhecida pela seca.

O consumo de carne ovina ainda é pequeno no Brasil. Cada brasileiro consome, em média, 1,5 quilo por ano, enquanto o consumo de bovinos se aproxima de 40 quilos. A alteração desse quadro é a intenção do Projeto Aprisco-Cordeiros do Ceará.

Lançado em Crateús, na região dos Inhamuns, o projeto aposta na mudança dos hábitos de consumo e envolve os atores da cadeia produtiva. Inicialmente, dois frigoríficos integrantes do projeto irão garantir a compra de todos os animais produzidos, desde que dentro do padrão e peso pré-determinados.

Além disso, foi definido um preço mínimo de compra, que deve remunerar os produtores. Os frigoríficos ainda vão oferecer orientação tecnológica e poderão, também, receber/comprar borregos (animais jovens) para efetuar o processo de terminação, ou seja, engordá-lo até o ponto de abate. (LB)

Renda

55 mil reais é a estimativa de renda obtida para cada hectare de produção de uvas, a partir da terceira safra, quando ocorre a estabilidade do parreiral.

DIARIO DO NORDESTE

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