O Banco do Brasil vai reunir, no próximo dia 22 de julho, prefeitos, vereadores, a Secretaria de Segurança Pública (SSPDS) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para definir os procedimentos sobre a reabertura das agências do Banco do Brasil fechadas no Ceará. A reunião será na sede da superintendência do banco, em Fortaleza. Este foi o encaminhamento da audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, 06, no Complexo das Comissões Técnicas, que teve como objetivo encontrar solução para a reabertura das agências do BB no interior do Estado que foram alvos de assaltos.
De acordo com o deputado Odilon Aguiar (PMB), presidente da CDC, o fechamento das agências está gerando muitos transtornos para a população do interior do Estado e para a economia dos municípios onde a moeda tem deixado de circular. "Infelizmente muitos municípios estão sendo penalizados e a população mais pobre tem sofrido com a falta dos serviços bancários",destacou.
De acordo com o gerente de administração da superintendência do Banco do Brasil, Duílio Benício e Silva, das 17 agências sinistradas no Ceará, 11 estão funcionando com atendimento parcial. Já as outras estão em reforma para ter condições de voltar a atender a população. "O Banco do Brasil não tem interesse em fechamento de nenhum dos pontos de atendimento porque sabe da importância da presença da agência para o desenvolvimento dos municípios" afirmou.
João Bosco Cavalcante Mota, diretor do Sindicato dos Bancários, disse que vem acompanham os ataques a agências bancárias desde os anos 1990. Segundo ele, essas ações criminosas além de prejudicar os clientes e a economia dos municípios também atingem os funcionários. João Bosco falou sobre a dificuldade em manter o bancário no interior. E deu como exemplo, a agência de Novo Oriente, que tinha 10 funcionários e todos foram substituídos todos porque não tiveram condições psicológicas de permanecer na agência após assaltos.
Para o prefeito de Araripe, Geovani Guedes, o maior prejuízo para os municípios é o econômico. Ele disse que as pessoas que utilizam as agências, como os funcionários públicos e aposentados, são obrigadas a se deslocar para outros municípios, prejudicando a economia de Araripe. Outro problema, ainda de acordo com o prefeito, é a questão da falta de segurança. "Muitas pessoas tem que percorrer 30, 40 e até 50 quilômetros para ir ao banco e no retorno correm o risco de assaltos", alertou.
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Delci Teixeira, disse que tem se reunido com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Policial Rodoviária Federal, Federação dos Bancos, Sindicato dos Bancários e Sindicato de Empresas de Transporte de Valores buscando parceria para combater esses crimes."Nós temos que nos estruturar juntamente com esses órgãos para fazer o levantamento dessas quadrilhas", adiantou.
Delci Teixeira disse ainda que as quadrilhas são muito bem armadas e só se combate esse tipo de crime com o trabalho da inteligência das áreas de segurança, para chegar antes da ação criminosa.
Também participaram do debate, o suplente de deputado Nizo Costa (PSDC); o ex-deputado Nenen Coelho; o comandante da Polícia Militar, Cel. Geovani Pinheiro; o delegado de Roubos e Furtos, Rafael Vilarinho; a diretora da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Ce), Catherine Jereissati; o defensor público João Ricardo Franco; o gerente geral da assessoria jurídica do Banco do Brasil, Severino Barreto; o presidente da Associação dos Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil, Gerardo Camilo de Souza; o assessor jurídico do Decon, Alexandre Diniz, além de prefeitos, vereadores e presidentes de Câmara Municipais dos municípios que tiveram agências bancárias fechadas.