Será exibida hoje, a partir das 19h30, a entrevista que o ex-presidente Lula concedeu ao programa Roberto D´Avila, da GloboNews.
Fazia muitos anos que o líder petista não falava com exclusividade a um
veículo do Grupo Globo, com o qual mantém uma relação turbulenta.
“Chegou a hora. Ele vai quebrar o silêncio”, anuncia a locução da chamada nos intervalos do canal.
Avesso a entrevistas nos últimos tempos, especialmente depois dos
escândalos do mensalão e do Petrolão, por que Lula decidiu se expor
agora?
Entre as suposições, há três argumentos verossímeis. O primeiro é a
utilização da imprensa para melhorar sua imagem pública, afetada pelo
desgaste da gestão Dilma.
Segundo: aproveitar a oportunidade para responder aos comentaristas
políticos e econômicos da própria GloboNews, que estão entre os mais
críticos de Lula, Dilma e do PT na imprensa.
A terceira razão tem a ver com disputa de poder político e uma pitada de
vaidade. No fim de outubro, um rival de Lula foi entrevistado por
Roberto D´Avila.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líder midiático da oposição
tucana, fez críticas ao petismo e sugeriu que a presidente Dilma tenha
“gesto de grandeza”: condicionar uma hipotética renúncia às reformas
necessárias ao país, emperradas no Congresso.
Uma frase de FHC foi interpretada como uma provocação direta a Lula.
Questionado por D´Avila se aceitaria conversar com o petista para
formatar soluções para a crise, o tucano declarou: “É preciso esperar
para ver quem vai estar de pé. Porque as coisas têm que ser passadas a
limpo”.
Sob os holofotes
Será a segunda vez, em duas semanas, que Lula concede uma longa
entrevista na TV. No último dia 5 ele conversou com o repórter Kennedy
Alencar no SBT Brasil.
Uma das críticas do ex-presidente teve a imprensa como alvo: “Muitas
vezes, a gente tem acompanhado, há um processo, parece até um cartel, em
que na quinta-feira começa a sair boato, na sexta começa a sair
revista, no sábado vai para a televisão, domingo vai para os jornais e
na semana seguinte começa tudo outra vez”.
Naquela ocasião, os 53 minutos de gravação foram compactados em 16
minutos. Dessa vez, na GloboNews, Lula terá mais tempo para rebater as
acusações feitas por opositores e defender seu legado. Serão 25 minutos
de conversa.
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